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UM POUCO SOBRE A NOSSA HISTÓRIA

A Incubadora de Empreendimentos Solidários - INCUBES, foi constituída em 2001 a partir de um GT sobre Relações do Trabalho, como um Programa de Extensão da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários - PRAC/UFPB. Contou com o apoio inicial da Rede de Incubadoras de Empreendimentos Econômicos Solidários - Unitrabalho, com financiamento    PRONINC/FINEP/SENAES/MTE

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1.Incubação de empreendimentos econômicos solidários através do fomento a iniciativas coletivas e autogestionárias de geração de trabalho e renda junto a grupos produtivos, formais e informais, localizados principalmente em comunidades e territórios da Região Metropolitana de João Pessoa; 

2. Articulação de redes de cooperação e cadeias produtivas solidárias no território, envolvendo os empreendimentos econômicos solidários em ações territoriais que favoreçam a conquista da viabilidade econômica e da autonomia. A perspectiva territorial estimula a adoção de instrumentos de finanças solidárias como vetores de desenvolvimento local, a partir dos bancos comunitários e das moedas sociais. 

3. Realização de cursos livres de extensão sobre economia solidária e educação popular, envolvendo movimentos sociais, sindicatos, empreendimentos solidários, gestores públicos e a comunidade interna à universidade. Bem como, a realização de estudos, pesquisas e publicações sobre temas relacionados à economia solidária, políticas públicas e tecnologias sociais.

4. Apoio à elaboração e implementação de políticas públicas (Economia solidária, Segurança alimentar, Saúde e Agricultura urbana), através de parcerias com órgãos públicos das três esferas de governo e participação nos espaços institucionais da região, como o Conselho Municipal de Economia Solidária (Pref. de João Pessoa) e o Comitê Gestor do Programa de Ações Integradas (SESAES - Gov. da Paraíba).

5. Articulação e apoio aos movimentos sociais, procurando constituir e efetivar canais de diálogo permanentes entre as organizações dos trabalhadores e a universidade, realizar ações de assessoria e elaboração de projetos conjuntos. 

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Ao longo da sua trajetória a INCUBES desenvolveu ações de acompanhamento e incubação de grupos de economia solidária (EES) em diferentes regiões do Estado da PB e abrangeu diversas áreas de produção e comercialização de bens e serviços, a exemplo de grupos de agricultura familiar, de reciclagem de resíduos sólidos, de confecção, customização e artesanato, bem como grupos voltados para a produção de alimentos (panificação e lanchonetes) e experiências de rádios comunitárias, produção cultural, crédito e finanças solidárias.

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As ações de incubação dos EES são acompanhadas de uma metodologia que relaciona elementos da educação popular e do entendimento da extensão popular com os princípios da economia solidária. Como nos diz Neto e Faria (2016) ao falarmos desta educação popular estamos colocando sua proposição de promoção do outro, como um fenômeno de ensino e aprendizagem. O popular da educação e da extensão apresenta-se como política, uma vez que define este outro, os setores populares, sistematicamente submetidos a opressão e exclusão capitalistas. Além disto, uma educação que em sendo política acompanha valores éticos como a busca por liberdade, solidariedade e cooperação, justiça e felicidade.

 

Assim como outras incubadoras universitárias, a INCUBES desenvolve uma metodologia que leva em consideração fases que não necessariamente precisam ser seqüenciais, uma vez que a realidade e contexto dos grupos muitas vezes requerem flexibilidades e retorno a ações de outras fases, mas para fins metodológicos são divididas em três fases: Pré-incubação (construção de diagnósticos participativos e dialógicos); Incubação (o plano de negocio; formações; estimulo à participação; acordos de convivência) e Pos-incubação (observação das condições do EES em gerenciar o empreendimento).

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Atualmente a INCUBES mantém as atividades de incubação de EES, mas também procura desenvolver outras atividades que levem em consideração o potencial de desenvolvimento endógeno dos territórios, bem como a interfaces com outras áreas e temáticas e o apoio às políticas públicas que estão voltadas para a erradicação da pobreza, o combate a fome, a igualdade de gênero e redução das desigualdades sociais. 

Estas atividades estão inseridas em eixos complementares de ação.

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Estes eixos possuem um caráter interdependente e se consubstanciam em uma perspectiva metodológica comum que relaciona elementos da economia solidária e autogestão, da extensão universitária e educação popular, mas que ao mesmo tempo, é tensionada pelas particularidades de cada ação, seja pela diversidade dos empreendimentos e seus territórios, seja relacionado à escala de atuação e constituição de redes, seja pelas características próprias de uma política pública de economia solidária. Por isso, é objeto de intenso debate, reflexão, pesquisa e busca de aprimoramento e desenvolvimento de metodologias e inovações nos processos de incubação e desenvolvimento territorial.  

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No campo da extensão universitária, a metodologia da INCUBES pressupõe a participação engajada de estudantes bolsistas, que são protagonistas nos processos de incubação e animação junto às comunidades, sob a supervisão da coordenação e equipe técnica, sendo estimulados à reflexão e teorização sobre suas experiências.

​Na medida em que se trata de um enfrentamento às questões-problemas vivenciados no cotidiano dos empreendimentos econômicos solidários, o trabalho de extensão envolve necessariamente a realização de pesquisas, estudos e processos formativos que permitam a apreensão e participação na busca de soluções aos desafios dos empreendimentos.

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A partir de 2015 a INCUBES passa a estar vinculada ao Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino e Extensão em Economia Solidária e Educação Popular –NUPLAR/PROEX/UFPB. O NUPLAR surge como produto dos esforços e acúmulos obtidos durante duas décadas de atividades de ensino, pesquisa e extensão da UFPB, por diversos coletivos, no campo da Economia Solidária e Educação Popular, entre eles, a própria INCUBES.  Com a criação do NUPLAR procura-se constituir um espaço acadêmico de referência para a realização de pesquisas e de ensino, voltado ao preparo de pessoal docente de nível superior, a partir das atividades da extensão comunitária, nos marcos de uma concepção de extensão popular. 

 

Para a ampliação das ações formativa foi criado em 2016 no âmbito do NUPLAR o Curso de Especialização em Extensão Universitária e Desenvolvimento Sustentável (EXTUDES). Este curso de especialização teve em sua primeira turma 50 alunos concluintes. 

 

A Incubadora busca contribuir igualmente para o fortalecimento do campo da extensão universitária nas instituições federais de ensino superior. Em 2011 e 2013 a INCUBES promoveu o I e o II Encontro Nordestino de Incubadoras de Economia Solidária (ENIES). O ENIES se mostrou um importante espaço de intercambio entre as Incubadoras, e de lá para cá vem sendo realizado em outras cidades, o terceiro em Campina Grande/PB, o quarto em Natal/RN, o quinto em Juazeiro do Norte/CE, o VI e em Recife/PE e o VII a ser realizado em 2021, de forma virtual, organizado pelas Incubadoras da UFRB e da UNEB do Estado da Bahia.

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Muitas são as dificuldades e formas de experimentar e vivenciar a autogestão na prática. A proposta da Incubes é que certos espaços (físico-temporais), de analise/autoanalise, reflexão e autocrítica, sirvam como uma oficina permanente de exercício da promoção da autogestão.

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Algumas ações:

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No eixo de incubação de EES, destaca-se entre outras experiências, o acompanhamento e assessoramento ao grupo ECOLANCHES. Trata-se de uma experiência inovadora desenvolvida no campus da UFPB, pois configura-se como um espaço de formação no qual a INCUBES procura desenvolver ações de incubação que possibilite por um lado, o desenvolvimento de metodologias de incubação de EES, bem como a integração interdisciplinar da equipe de docentes, técnicos e discentes. Neste caso procura desenvolver junto com os EES novas ferramentas de gestão para o desenvolvimento do empreendimento a partir de tecnologias sociais apropriadas ao grupo.  E por outro lado, busca promover a inserção social de mulheres no processo de geração de renda, levando em consideração o empoderamento, respeito ao ecossistema, reeducação alimentar e combate à exclusão social. 

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No eixo de desenvolvimento territorial, destaca-se ações de acompanhamento à Rede de Bancos comunitários da Paraíba, bem como o acompanhamento ao Banco Comunitário Jardim Botânico – comunidade São Rafael, do banco Comunitário na cidade de Lagoa de Dentro – Banco Lagoa – e do banco Comunitário na cidade de Remígio (que instituiu por lei o primeiro Banco Comunitário Municipal no Estado da PB). Além disto, destaca-se o apoio no uso da tecnologia social e-dinheiro. Trata-se de um aplicativo que permite a utilização da moeda social para além do território de cada Banco, potencializando sua incidência no Estado e possibilitando a constituição de Redes entre os EES e os Bancos comunitários. Este eixo procura constituir circuitos próprios de relações econômicas e intercâmbios que possa gerar sustentabilidade dos EES e fortalecer o potencial endógeno de seus territórios.

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A perspectiva territorial sinaliza a articulação com os órgãos públicos e instituições da sociedade civil que atuam no apoio aos empreendimentos e na formulação e implementação de políticas públicas. Neste caso, é fundamental a compreensão do papel das políticas públicas nos processos de desenvolvimento territorial, bem como os mecanismos de seu funcionamento e operacionalização. Neste sentido, a INCUBES apóia as atividades do Fórum de Economia Solidária da Paraíba, e mantém parcerias com o poder público municipal e estadual na elaboração, acompanhamento e monitoramento de políticas públicas. 

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O apoio ao movimento social da economia solidária tem a intenção por um lado contribuir com a formação política e de autogestão dos EES, e por outro, construir com estes EES uma participação mais ativa nos processos de implementação de políticas públicas. Assim, o apoio das incubadoras e da extensão universitária não podem se restringir a pensar tecnicamente a política pública, mas deve antes, fomentar e apoiar os EES no processo de organizar suas bases, vivenciar a autogestão e construir coletivamente e com intenção definida as reivindicações próprias do campo da economia solidária. Com esta perspectiva destaca-se a contribuição da INCUBES na execução do Programa Ações Integradas de Economia Solidária (PASIES) em parceria com o Governo do Estado. Além disto, contribuiu na elaboração do Plano Estadual e da implantação do Centro Público Estadual de Economia solidária.

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Em relação às interfaces com outras temáticas e políticas públicas, podemos destacar, por exemplo, a atuação da INCUBES no apoio e fortalecimento da política de segurança alimentar e nutricional. Nesta ação, em parceria com outro projeto executado pela INCUBES (SISAN UNIVERSIDADE), realizou o assessoramento a 30 municípios para a constituição do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), bem como o apoio às ações do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA/PB) e a realização de diagnóstico das condições de (in)segurança alimentar de municípios paraibanos e de povos e comunidades tradicionais.

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​Por fim, no contexto da pandemia foi desenvolvido o projeto Enlaces. Este projeto surge a partir da necessidade de informações atualizadas e sistematizadas dos grupos de economia solidária no estado, como também compreender a situação e atuação desses EES, sobretudo, no contexto da pandemia da COVID-19. Além disto, o cenário da pandemia exigiu readequações das formas de atuação e incubação, sem perder o foco na promoção do fortalecimento e autonomização dos EES. Em síntese, diante do processo de construção colaborativa, fazemos a reflexão que o EnlaCES vem se configurando a partir de 4 (quatro) eixos de ação, são eles:

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(1) levantamento de informações atualizadas e sistematizadas dos grupos de economia solidária no estado, bem como compreender a situação e atuação desses EES, sobretudo, no contexto pandêmico;

(2) configuração e disponibilização desta plataforma/site como um espaço de visibilidade dos EES, suas histórias, lutas, saberes compartilhados, sendo que o processo de criação e inserção de conteúdos nos canais de comunicação se dá de forma colaborativa com os grupos vinculados ao projeto;

(3) de forma mais ativa, a realização de campanhas, feiras virtuais e atividades diversas (como datas comemorativas e agendas, por exemplo) para promover a comercialização dos EES, de modo a contribuir com o escoamento de produtos e serviços, drasticamente afetados pela pandemia; e

(4) estratégia de acompanhamento/incubação dos EES, levando em consideração a readequação de metodologias, atendimento a demandas de curto prazo (emergenciais), sem perder o foco na promoção da autogestão dos EES

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